Distrito 4780- Santiago/RS




Rotaract Club
é um programa internacional do Rotary, que congrega jovens de 18 a 30 anos de idade que acreditam que podem construir um mundo melhor.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

O valor do Companheirismo




Por: Themístocles A. C. Pinho

Dedico-me ao Rotary há vários anos e, por diversas oportunidades, servi à nossa instituição de diferentes formas, orientando governadores em assembléias internacionais – particularmente nos assuntos relacionados à Fundação Rotária – e, mais recentemente, nos temas ligados ao desenvolvimento e à retenção do nosso quadro social.
Sobre a conseqüência dessas atividades, e também sobre outros variados assuntos, muito já escrevi e tive a oportunidade de falar. Porém, recentemente me vi envolvido pela idéia de um exame mais profundo acerca de um tema que – posso afirmar – é uma das bases do Rotary: o companheirismo. As idéias surgiram, algumas formas de abordar o assunto foram se materializando em minha mente e, aos poucos, fixei-me na forma que ora passo a expor.

O valor da amizade
Como ponto de partida, reproduzirei de forma resumida uma história que eu ouvi recentemente:
Um dia, um viajante vinha por uma estrada montado em seu cavalo e acompanhado do seu cão. Como sentiam muita sede, os três procuraram um local para beber água. Foi quando o viajante viu um lugar muito bonito, com portões dourados, tendo na sua entrada uma guarita toda em mármore branco, onde um homem estava postado. Da entrada, o viajante visualizou ao fundo de uma alameda toda pavimentada em ouro uma linda fonte que jorrava água límpida e fresca. Dirigiu-se então ao homem da guarita e perguntou: “Senhor, meu cavalo, meu cão e eu estamos com muita sede. Será que podemos beber um pouco daquela água que jorra da fonte?”
“Sim” – respondeu o homem – “mas apenas você. O cavalo e o cão não poderão entrar.” O viajante recusou a oferta e seguiu viagem. Mais adiante, ele encontrou uma velha porteira de madeira semi-aberta, e viu na beira do caminho de terra um homem sentado debaixo da sombra de uma árvore frondosa. Olhando mais adiante, viu que no final do caminho também havia uma fonte. O viajante perguntou ao homem: “Senhor, eu, meu cavalo e meu cão estamos com muita sede. Será que podemos saciá-la naquela fonte?” E o homem respondeu: “Claro, podem entrar. Todos são bem-vindos”.
Os três entraram e beberam da água. Feito isso, o viajante perguntou ao homem como se chamava aquele local. E ele respondeu: “Aqui é o céu”, ao que o viajante retrucou: “Mas senhor, antes de aqui chegarmos, encontramos um local lindo e aparentemente hospitaleiro que parecia ser o céu. Como se chama aquele lugar?” E o homem respondeu: “Lá é o inferno”.
Os três amigos voltaram à estrada, e o viajante entendeu a razão da diferença: ao contrário do céu, no inferno não há lugares para os amigos e companheiros.

Amizade em prol da ação
Essa foi a síntese de uma história ouvida em uma palestra sobre companheirismo realizada na Conferência do Distrito 4560, ocorrida em Monte Sião, MG. Ouso completar a história afirmando que o viajante preferiu ficar solidário com seus amigos de viagem a saciar sua sede, demonstrando a importância que esse relacionamento deve ter. Dirão alguns: “É uma bela história, mas o que ela tem a ver com o tema proposto?” Amigos, podemos afirmar: tem tudo a ver!
Precisamos ver o companheirismo com olhos diferentes, como apoio, solidariedade, verdadeira parceria em todos os sentidos – e sob todos os aspectos, entre nós e com o mundo – e não apenas como o companheirismo pelo companheirismo, o companheirismo pela pura conversa, boa e descontraída, ou pela cerveja bem gelada das reuniões. O que devemos ver no companheirismo é muito mais que tudo isso, como recentemente lembrou o EDRI Alceu Antimo Vezozzo: “O companheirismo é uma forma de colocar as pessoas em ação”.
O Rotary precisa, e muito, que sejamos amigos e companheiros. Mas só isso não basta. Devemos olhar e cuidar da comunidade, pois ela é a origem e o “fórum” do Rotary; os clubes devem tentar fazer com que pelo menos 50% de suas atividades estejam voltadas às suas próprias comunidades; o Rotary, como uma organização humanitária, deve se abrir para o mundo todo.
Assim, o companheirismo, a comunidade e a humanidade devem ser as peças-chave, os enfoques dominantes de nossa atuação, para que possamos atingir no segundo centenário do Rotary o mesmo sucesso obtido nestes primeiros cem anos que estamos prestes a festejar. Já se disse que o Rotary é “uma grande catedral que precisa ser aberta à comunidade”.
Porém, tudo isso só será alcançado quando fizermos do companheirismo não a causa ou o fim, mas a forma e o caminho para obtermos e promovermos tudo que deve ser feito. Precisamos saber aproveitar o companheirismo como alguns poucos de nós o fazem, multiplicando esforços em prol do bem comum e dos mais necessitados.

Matéria Retirada do site http://www2.brasil-rotario.com.br/

Themístocles A. C. Pinho


Nenhum comentário:

Postar um comentário